Arbitragem
Por: CBX
111ª Questão:
Pergunta: Em um torneio de Xadrez Rápido, de 15 minutos, ambos os jogadores estão em apuros de tempo.
O jogador das negras deixa seu Rei em xeque e aciona o relógio. O condutor da brancas captura o Rei, e seu adversário cumprimenta-o, reconhecendo sua derrota. O árbitro acompanha tudo e não intervém, aceitando o resultado assumido pelos jogadores. Deveria o árbitro ter interferido na partida, mandando voltar os lances até a última posição legal identificável?
Resposta:
Há três dispositivos na Lei do Xadrez que versam sobre o caso acima relatado:
art. 1.2 O objetivo de cada jogador é colocar o rei do oponente 'sob ataque' de tal forma que o oponente não tenha lance legal. O jogador que alcançar esse objetivo diz-se que deu
xeque-mate no rei do adversário e venceu a partida. Não é permitido deixar ou colocar o seu próprio rei sob ataque, bem como capturar o rei do oponente.
art. 7.4 a. Se durante uma partida descobrir-se que um lance ilegal, inclusive falha no ritual de promoção de um peão ou captura do rei do oponente, tiver sido completado, deverá ser restabelecida a posição imediatamente anterior à irregularidade
apêndice A4c. Um lance ilegal está completo assim que o relógio do oponente for posto em movimento. O oponente tem então o direito de reclamar que o jogador completou um lance ilegal, desde que não tenha feito seu lance.
Apenas após tal reclamação é que o árbitro deveria fazer uma intervenção.
Tomada de rei é um fato muito raro de acontecer. Somente no relâmpago (blitz) é que os jogadores tinham o costume de tomar o rei do adversário.
No Congresso de Bled realizado em 2002, o Comitê de Arbitragem da FIDE decidiu que se o jogador reclamar a vitória por tomada do rei correrá o risco de o árbitro decidir de outra forma. Ou seja, ficaria a critério do árbitro decretar a vitória ou não. Mas, isto acontecia em partida de xadrez relâmpago (BLZ).
Em partida de xadrez clássico (STD) o árbitro deve intervir se ocorrer um lance ilegal.
Mas, no xadrez rápido (RPD), o árbitro somente deverá intervir se houver reclamação por parte de um dos jogadores. Aí deverá ser restabelecida a posição anterior à irregularidade.
Conclusão: O árbitro somente deveria ter interferido na partida e aplicado o disposto no art. 7.4 da Lei se houvesse reclamação por parte de um dos jogadores.
Um lance ilegal, que é um ato anulável, se acusado durante a partida, possibilita a aplicação da lei do xadrez, voltando-se à situação anterior ao lance ilegal, com a conseqüente punição do infrator. (vide art. 7.4).
Mas isso tem de acontecer durante a realização da partida. Uma vez terminada a partida, não há mais o que se fazer, porque a irregularidade só poderia ser sanada durante o transcurso do jogo.
Ambos jogadores demonstraram desconhecimento da lei do xadrez. O condutor das pretas deveria ter acusado o lance ilegal ao invés de cumprimentar o adversário e reconhecer a derrota.
Esta questão foi-nos sugerida por Fernando Sá de Melo, de João Pessoa (PB), a quem agradecemos a colaboração.
Pergunta: Em um torneio de Xadrez Rápido, de 15 minutos, ambos os jogadores estão em apuros de tempo.
O jogador das negras deixa seu Rei em xeque e aciona o relógio. O condutor da brancas captura o Rei, e seu adversário cumprimenta-o, reconhecendo sua derrota. O árbitro acompanha tudo e não intervém, aceitando o resultado assumido pelos jogadores. Deveria o árbitro ter interferido na partida, mandando voltar os lances até a última posição legal identificável?
Resposta:
Há três dispositivos na Lei do Xadrez que versam sobre o caso acima relatado:
art. 1.2 O objetivo de cada jogador é colocar o rei do oponente 'sob ataque' de tal forma que o oponente não tenha lance legal. O jogador que alcançar esse objetivo diz-se que deu
xeque-mate no rei do adversário e venceu a partida. Não é permitido deixar ou colocar o seu próprio rei sob ataque, bem como capturar o rei do oponente.
art. 7.4 a. Se durante uma partida descobrir-se que um lance ilegal, inclusive falha no ritual de promoção de um peão ou captura do rei do oponente, tiver sido completado, deverá ser restabelecida a posição imediatamente anterior à irregularidade
apêndice A4c. Um lance ilegal está completo assim que o relógio do oponente for posto em movimento. O oponente tem então o direito de reclamar que o jogador completou um lance ilegal, desde que não tenha feito seu lance.
Apenas após tal reclamação é que o árbitro deveria fazer uma intervenção.
Tomada de rei é um fato muito raro de acontecer. Somente no relâmpago (blitz) é que os jogadores tinham o costume de tomar o rei do adversário.
No Congresso de Bled realizado em 2002, o Comitê de Arbitragem da FIDE decidiu que se o jogador reclamar a vitória por tomada do rei correrá o risco de o árbitro decidir de outra forma. Ou seja, ficaria a critério do árbitro decretar a vitória ou não. Mas, isto acontecia em partida de xadrez relâmpago (BLZ).
Em partida de xadrez clássico (STD) o árbitro deve intervir se ocorrer um lance ilegal.
Mas, no xadrez rápido (RPD), o árbitro somente deverá intervir se houver reclamação por parte de um dos jogadores. Aí deverá ser restabelecida a posição anterior à irregularidade.
Conclusão: O árbitro somente deveria ter interferido na partida e aplicado o disposto no art. 7.4 da Lei se houvesse reclamação por parte de um dos jogadores.
Um lance ilegal, que é um ato anulável, se acusado durante a partida, possibilita a aplicação da lei do xadrez, voltando-se à situação anterior ao lance ilegal, com a conseqüente punição do infrator. (vide art. 7.4).
Mas isso tem de acontecer durante a realização da partida. Uma vez terminada a partida, não há mais o que se fazer, porque a irregularidade só poderia ser sanada durante o transcurso do jogo.
Ambos jogadores demonstraram desconhecimento da lei do xadrez. O condutor das pretas deveria ter acusado o lance ilegal ao invés de cumprimentar o adversário e reconhecer a derrota.
Esta questão foi-nos sugerida por Fernando Sá de Melo, de João Pessoa (PB), a quem agradecemos a colaboração.
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CLUBE DE XADREZ DE JATAÍ-GO
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